Fim do Minha Casa Minha Vida é discutido por secretário em comunicado oficial

Nesta terça-feira (4), o secretário especial de emprego e competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, questionou se há necessidade da existência das faixas 2 e 3 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) num cenário de taxa baixa de juros. Seria esse o fim do Minha Casa Minha Vida?

Fim do Minha Casa Minha Vida é discutido por secretário em comunicado oficial
Fim do Minha Casa Minha Vida é discutido por secretário em comunicado oficial (Imagem: Reprodução/Google)

O secretário concedeu entrevista no evento “Construção 2030-Engajamento” do setor no novo ciclo econômico e falou sobre o programa de habitação.

“Não dá para fechar a porta do Minha Casa, Minha Vida de uma hora para outra, senão as empresas quebram”, disse Costa.

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Nessas faixas são onde atuam as empresas MRV Engenharia, Tenda, Direcional Engenharia e Cury.

Conforme afirma o secretário, o financiamento que está atrelado ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) possibilita que não sejam mais necessárias essas faixas do programa.

Para participar do programa na faixa 2 e 3 é preciso ter renda entre R$4.000 e R$7.000. Por isso, o fim do Minha Casa Minha Vida para esse grupo de pessoas foi sugerido pelo secretário. Afirmando que o atual cenário de juros seria tão vantajoso para o público como o que é oferecido no programa do governo.

Em entrevista ao jornal O Valor, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, afirmou que discorda desse questionamento do secretário.

“Essa é a cabeça do Ministério da Economia, tirando uma coisa, mas não colocando outra no lugar”, afirmou.

O presidente acrescentou que os bancos estão oferecendo taxas baixas de juros de financiamentos imobiliários com recursos de poupança a pessoas de renda alta.

“Para os pobres, são oferecidas taxas elevadas”, disse Martins, também se referindo a crédito habitacional com fundo de poupança.

Por meio de sua assessoria, o secretário informou que até o ano de 2030 a relação do gasto público sobre o Produto Interno Bruto (PIB) irá diminuir muito e que esse patamar pode ficar próximo a 22% que correspondente ao de 1989. Essa relação chegou a mais de 35%.

No evento, o secretário afirmou que o governo só conseguiria equilibrar os gastos públicos em relação ao PIB em 2030.

Costa afirmou ainda que o governo deveria estar em áreas nas quais é monopolista. Por meio de sua assessoria, o secretário esclareceu que a ideia é que o estado deveria sair das áreas onde as empresas privadas também atuam.

O secretário afirmou que daqui alguns anos, será possível a realização de uma reforma tributária melhor que a de agora. E ressaltou que a carga tributária incide sobre a indústria é maior do que a tributação sobre o PIB, o que é chamado de custo-Brasil, que chega a R$1,5 trilhão.

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