De acordo com um levantamento realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os consumidores de energia pagaram cerca de R$35,42 bilhões a mais na conta de luz dos últimos cinco anos. Isso aconteceu por conta das cobranças extras que são estabelecidas pelas bandeiras tarifárias.
O valor equivale a quase duas vezes o custo de construção da hidrelétrica de Jirau. A usina, que fica em Rondônia, custou R$19 bilhões e a capacidade é gerar energia para atender a 40 milhões de pessoas.
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Esse sistema de bandeira tarifária completou cinco anos, já que foi implantada desde 2015, após o custo da energia disparar no país provocada pela forte estiagem.
Na época, as chuvas estavam abaixo do esperado e isso levou à queda no armazenamento dos reservatórios das principais hidrelétricas do país. Para que a água das usinas fosse poupada, foi necessário fazer uso de termelétricas, que geram uma energia que custa mais caro.
Antes da existência das bandeiras, a conta extra que vinha pelo uso das termelétricas era suportado, de início, pela distribuidora.
Mas, esse custo foi repassado, com juros, para as tarifas de energia que a Aneel revisou, sendo assim o consumidor continua pagando.
A bandeira tarifária arrecada recursos para fazer frente a custos extras ou imediatos. A empresa defende o sistema, argumentando que tem vantagens para o consumidor.
De acordo com a Aneel, evita que haja a incidência de juros. A distribuidora que cobra a conta de luz sinaliza para os cidadãos que o preço da energia subiu e também permite a adoção de medidas de economia.
Entenda as bandeiras tarifárias da sua conta de luz
As bandeiras tarifárias são divididas em três: a verde, a amarela e vermelha.
- A cor verde indica condições favoráveis de geração de energia e por isso não realiza a cobrança de taxa extra.
- Já a bandeira amarela, mostra que as hidrelétricas estão com condições menos favoráveis para a geração de energia, no qual é cobrada uma taxa extra de R$1,34 a cada 100 kWh consumidos;
- E a bandeira vermelha é dividida em duas partes, patamar 1 e patamar 2. No primeiro nível é cobrada uma taxa de R$4,16 a cada 100 kWh, e no segundo nível a cobrança extra será de R$6,24 a cada 100 kWh.