Preço do combustível: Bolsonaro é pressionado a isentar impostos

Modificações dos impostos aplicados ao valor do combustível transforma-se em discussão política. Nessa semana, um grupo de 23 governadores enviou uma carta para o presidente Jair Bolsonaro, solicitando que ele abra mão de receitas de tributos federais como PIS, Cofins e Cide. O pedido foi feito logo após o posicionamento do presidenciável que criticou o grupo por representar a redução recente no preço do combustível (gasolina e diesel) nas refinarias da Petrobras.

Preço do combustível: Bolsonaro é pressionado a isentar impostos (Imagem: Reprodução - Google)
Preço do combustível: Bolsonaro é pressionado a isentar impostos (Imagem: Reprodução – Google)

Segundo Bolsonaro, “como regra, os governadores não admitem perder receita, mesmo que o preço do litro nas refinarias caia para R$ 0,50 o litro”.

O documento como resposta apresentou a assinatura dos parlamentares de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, entre outros estados do Sul, Sudeste e Nordeste.

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Na carta, os gestores afirmaram ter interesse em viabilizar a redução do preço do combustível aos consumidores. Porém, defenderam que a proposta deve ser decidida por meio dos fóruns institucionais adequados, propondo estudos técnicos apropriados.

Como solução, os governadores propuseram-se a levantar mais debates que tenham como finalidade encontrar formas plausíveis economicamente para poder estruturar a reforma tributária. Segundo eles, “o ICMS pode e deve ser debatido, a exemplo dos demais tributos”.

O texto ainda defende que, como exige a Constituição, a reforma não pode ser discutida apenas em esfera federal, sendo necessário haver uma participação dos demais representantes estaduais que podem e devem intervir quando acharem necessário.

Segundo os mandatários, o governo deve “abrir mão das receitas de PIS, COFINS e CIDE, advindas de operações com combustíveis.”

Após o pronunciamento de Bolsonaro, os secretários da fazenda, durante uma reunião no Comsefaz, já haviam se posicionado contra a reforma e demais alterações no ICMS.

O texto alega que a alta de preços dos combustíveis não deve ser associada a política tributária, tendo em vista que o imposto não sofreu aumento nessa área.

“Devemos lembrar que, com a abertura do mercado de distribuição de combustíveis, os preços passaram a ser definidos pelos agentes econômicos envolvidos, ou seja, cada distribuidora e cada posto de combustíveis tem autonomia para fixar o valor de venda que desejar. Pelo atual arcabouço jurídico, o Estado (em sentido amplo) não tem poder para definir ou regular o preço de venda dos combustíveis”, diz a nota.

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Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.