Início do ano é sempre uma época de angustia e aflições para os jovens que desejam ingressar na universidade. Com a liberação das notas do Programa Universidade Para Todos (Prouni) e com a lista de aprovados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), milhares de estudantes, não classificados, começam a procurar por alternativas paralelas para realizarem o sonho da graduação. Como o financiamento estudantil, e o FIES 2020 surge como uma dessas oportunidades.
Trata-se de um programa educacional do governo federal que permite que os alunos solicitem uma espécie de financiamento para poderem cursar a graduação.
Desenvolvido desde 2011, o projeto permite que os jovens se matriculem nas instituições de ensino e estudem de forma gratuita ou com descontos (que variam entre 50% e até 100%), devendo pagar os valores após sua formação.
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Apesar de parecer ser uma boa oportunidade, há muitas críticas e dúvidas quanto ao seu financiamento. Estudantes que já participaram do programa afirmam que há uma instabilidade muito grande nas informações e que por muitas vezes se submetem ao contrato sem saber os valores reais que deverão pagar no futuro.
Um caso parecido é o da aluna Maria Eduarda Rozemberg, de 20 anos, estudante de psicologia na PUC-MG. Ela deu entrevista ao portal G1, e falou sobre sua entrada na universidade pelo Fies, mas disse que vem enfrentando dificuldades com a gestão do programa.
Entre suas queixas, fala sobre a falta de assistência no momento de decidir pelo financiamento. “Não ficou nada claro para mim quando eu assinei o contrato. Ninguém tirou minhas dúvidas sobre juros. Aceitei na pressão de precisar entrar na faculdade. Eu tinha 17 anos, não sabia o que estava fazendo”, informou ao portal G1.
Opinião dos especialistas sobre o financiamento estudantil
A convite do G1, especialistas falaram sobre a adesão ao programa, explicando se ele é ou não benéfico para os jovens.
Entre os questionamentos levantados, estava a instabilidade do mercado de trabalho, tendo em vista que o estudante precisará arrumar um emprego, após sua formação, para começar a pagar as parcelas do financiamento estudantil.
Além disso, é preciso levar em consideração também as taxas de juros, os valores exatos do programa, quanto é a mensalidade do curso e como ela ficará dentro das regras exigidas pelo financiamento.
Eles afirmam que o falta de informações por parte do Fies e do Ministério da Educação dificultam a credibilidade do projeto, uma vez em que as pessoas não se sentem seguras em adentrar por não saberem como o mesmo irá funcionar.