Auxílio reclusão diminuí número de beneficiados no governo Bolsonaro

Famílias dos presidiários brasileiros sentem o impacto do atual governo. Desde o início de sua gestão, o presidente Jair Bolsonaro se posiciona contra a necessidade do auxílio reclusão. Segundo ele, o benefício ofertado para os dependentes dos detentos deve ser repensado e reavaliado, tendo em vista os custos gerados nos cofres públicos.

Auxílio reclusão tem menor índice de beneficiados no governo Bolsonaro
Auxílio reclusão tem menor índice de beneficiados no governo Bolsonaro

O auxílio tem como objetivo ajudar os parentes que, com a prisão do chefe da família, ficaram sem renda mensal para manter as despesas do lar.

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Ele é ofertado para os presos que tenham trabalhado de carteira assinada e contribuíram para a previdência social. Além disso, é preciso comprovar status de baixa renda.

Reduções e reajustes no auxílio reclusão

Somente no ano passado, o benefício teve uma redução considerável, atendendo cerca de 31,7 mil famílias, menor cobertura desde 2010 (29,5 mil benefícios). Já em 2018, o pagamento era liberado para 45,4 mil brasileiros.

Em contrapartida, neste mesmo período o número de detentos vem crescendo e já ultrapassa mais de 800 mil, segundo o CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

De acordo com o IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), a redução do benefício impactará negativamente na sociedade, levando em consideração a desigualdade social do país.

“É uma perfumaria, na verdade. O gasto com auxílio-reclusão é muito baixo e, com as novas exigências, familiares podem ficar desamparados e sem proteção”, afirmou a presidente do IBDP, Adriane Bramante.

Despesas no INSS

Dados do Instituto Nacional do Seguro Social revelam que a despesa destinada para a categoria de auxílio reclusão, entre 2018 e 2019, caiu de R$ 46,7 milhões para R$ 34,3 milhões.

Atualmente, o valor médio do auxílio-reclusão é de R$ 1.079,74, estando um pouco acima do novo piso salarial que é de R$ 1.045,00.

Mudanças no governo Bolsonaro

Desde o primeiro mês de sua gestão, o presidente passou a exigir que os presos tenham um período de contribuição de pelo menos 24 meses para poder ter acesso ao benefício.

Até então, o pagamento não continha carência, sendo necessária apenas uma única contribuição.

Com a decisão, os números de liberação foram reduzidos, uma vez em que uma parcela dos detentos não possuíam o tempo de trabalho solicitado.

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Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.