Novidades nos serviços da Caixa Economia Federal. Pedro Guimarães, presidente da instituição financeira, informou, em entrevista ao Valor Econômico, que o banco poderá ter um lançamento histórico nos próximos dias voltado ao crédito imobiliário. Em parceria com o governo federal, a Caixa vem reformulando as taxas de juros e modificando o cenário financeiro do país.
Considerada a maior provedora de crédito imobiliário do Brasil, a instituição irá lançar uma linha de crédito com a taxa de juros prefixada. Segundo Guimarães, o serviço ainda está em desenvolvimento, mas marcará um novo período nas atividades bancárias.
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Em entrevista, ele explicou que o produto terá preços mais elevados, tendo como objetivo permitir que o banco possa cobrir os riscos das operações.
“A gente já está praticamente fechado com o financiamento imobiliário prefixado em março. A Caixa já tem uma exposição de quase meio trilhão de reais em crédito imobiliário, e não vejo o mercado falando sobre isso. Já existe um problema hoje, porque nenhum banco tem hedge da carteira de crédito imobiliário”, explicou.
Questionado como funcionará o serviço, Guimarães explicou que ainda estão sendo calculados os riscos de acordo com as variações das taxas.
E afirmou que haverá o chamado prêmio de risco por conta da TR ter esse amortecedor. Hoje, a taxa é zero por uma questão de índice inflacionário. Mas caso haja mudanças significativas no cenário econômico esse valor pode subir.
Logo, a taxa de juros atrelada à taxa referencial será maior. O presidente ainda falou sobre a opção de financiamento que utiliza como base o IPCA, nesse caso o receio é a inadimplência, já que se a inflação sobe o valor a ser pago pode chegar a números muito mais altos.
“No prefixado é o contrário [ do IPCA]. Se tiver inflação, o cliente estará supertranquilo. Quem tem o risco é o banco. Mas no banco é simples. Se um banco não consegue fazer gestão de risco, está fazendo o quê?”, questionou.
Segundo o presidente, a ação é um passo importante para a história da instituição. Ele alega que com a instabilidade da poupança é preciso buscar por formas mais seguras para tentar amenizar os impactos da inflação.