Reforço dos militares na crise do INSS não tem sido visto com bons olhos pelos servidores do instituto. Segundo uma reportagem do portal O Globo, os funcionários estão insatisfeitos com o fato de que precisarão treinar os reservistas que receberão salários de até R$ 13 mil durante o tempo de serviço.
A ação força-tarefa foi divulgada pelo presidente Jair Bolsonaro nessa semana e solicitará 7 mil oficiais para atuar nos guichês de atendimento do INSS. Eles ficarão responsáveis por serviços como triagens, gerar senhas, receber documentos, imprimir extratos e alimentar sistemas.
Saiba também: Força tarefa do INSS: militares se posicionam sobre contratação da classe
A ideia do governo federal é que ao colocar os militares do cargo, os 23 mil servidores do INSS fiquem liberados para trabalhar nas análises dos benefícios e começar a desobstruir as filhas de espera.
Entretanto, os mesmos funcionários precisarão dedicar tempo para treinar os reservistas que não possuem experiência no atendimento. O esperado é que estes comecem a trabalhar a partir do mês de abril e até lá o treinamento seja realizado.
Isso significa também mais dois meses de acúmulos de benefícios, numa fila que atualmente já ultrapassa mais de dois milhões de pedidos.
Ainda segundo o governo, a Previdência recebe por mês 1 milhão se solicitações. O que quer dizer que até abril possa haver uma fila com mais de 4 milhões de auxílios em aberto. Aumentando a crise no INSS.
De acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), o INSS tem atualmente aproximadamente 5 mil servidores para analisar os benefícios, ou seja, são 200 novos pedidos como aposentadorias, salários-maternidade e Benefícios de Prestação Continuada (BPC/Loas) por mês para cada funcionário.
Até essa sexta-feira (17), o governo deverá divulgar o decreto oficializando a contratação dos reservistas, valores dos salários e demais informações.
Motivos da crise do INSS
A situação teve início ainda em 2019, após a aprovação da reforma da previdência, no dia 13 de novembro. O sistema do INSS não consta as novas regras em vigência na PEC, impossibilitando a análise dos auxílios.
Além disso, há também um atraso do relatório realizado pela DataPrev que contém todas as informações de cadastro dos beneficiários capazes de antecipar o serviço.