Brasileiros devem ficar atentos, pois investir na poupança não é a melhor decisão nesse momento. Essa semana, após a divulgação de dados do Banco Central, registrou-se a maior queda líquida na caderneta de poupança desde o ano de 2016. O valor de retirada para 2019 está em de R$ 13,327 bilhões.
Segundo os especialistas, a desvalorização está acontecendo graças a queda na remuneração dos juros (Selic), levando em consideração a instabilidade econômica do país. Em 2016, a desvalorização foi registrado uma retirada líquida de R$ 40,702 bilhões.
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Desse valor, $ 12,390 bilhões foram depositados do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), e na poupança rural houve um ingresso líquido de R$ 937,497 milhões.
Considerado o melhor mês para o investimento, em dezembro a captação foi de R$ 17,211 bilhões, sendo o melhor índice mensal desde 2017, que equivaleu a R$ 19,373 bilhões.
Economistas explicam que a Selic deverá reduzir ainda mais, registrado o menor juros da história. Tal fato influenciará ainda mais na desvalorização da poupança, uma vez em que seu rendimento depende diretamente dos juros. Quanto maior a taxa, mais o valor depositado poderá render.
Graças a redução da inflação e com as atividades econômicas em um período lento, o Banco Central determinou um reajuste de 2 pontos para a Selic (em 2019), estando atualmente em 4,5%.
Para poder superar a instabilidade, a poupança precisa que o valor do juros seja igual ou inferior a 8,5%, passando a ter um rendimento de 70% sob a Taxa Referencial (TR). Atualmente, devido ao mínimo, essa perspectiva de rendimento está zerada.
A expectativa para o resto do ano é que a Selic fique em 3,6%, segundo o boletim da Focus, o que não facilitará a vida dos investidores.
Segundo César Bergo, economista e professor do curso de Especialização em Mercado Financeiro e Investimentos da UnB (Universidade de Brasília), a principal causa dessa desvalorização é a menor captação líquida da poupança no ano de 2019 e a baixa rentabilidade do produto.
“Nunca houve uma situação tão dramática quanto essa [para a poupança]”, afirmou.
Ele declarou ainda que o mercado espera uma situação mais grave até o fim de 2020.