Contrato Verde e Amarelo pode trazer problemas à economia do país

Estudos revelam que o Programa Verde e Amarelo impactará negativamente na economia brasileira. Uma pesquisa realizada pela Secretaria de Política Econômica (SPE) mostra que o custo de contratação mensal do projeto será mais alto do que o próprio salário médio destinado aos jovens cadastrados.

Contrato Verde e Amarelo pode trazer problemas à economia do país
Contrato Verde e Amarelo pode trazer problemas à economia do país

Segundo os dados levantados pelo SPE, atualmente o custo fiscal do programa corresponde a R$ 5,956 bilhões entre o período de 2020 e 2024.

Já mensalmente, o trabalhador custará ao governo aproximadamente R$ 1.929,37, recebendo um salário de R$ 1.200. A pesquisa defende que, ao longo dos próximos anos, tais números tendem a aumentar e poderão causar um buraco nos cofres públicos.

Além disso, a SPE pontuou também que a contratação de pessoas não qualificadas reduzirá a produtividade econômica. Segundo seus dados, isso acontecerá porque as empresas deixarão de contratar bons profissionais tendo em vista que os cadastrados no Verde e Amarelo serão uma mão de obra mais barata graças à diminuição dos custos trabalhistas.

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Benefícios destinados aos empresários com o Verde e Amarelo

Segundo a medida provisória assinada por Jair Bolsonaro, os empresários que aderirem ao programa não precisarão contribuir com os 20% patronal do INSS, além de estarem insetos das alíquotas do Sistema S e do salário-educação.

Houve também uma redução nos valores destinados ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Os jovens do Verde e Amarelo deixarão de receber os 8% (ofertado aos demais trabalhadores), para ficarem com 2%.

Outra diferença também evidenciada pela pesquisa foi à criação de uma contribuição previdenciária de 7,5% sobre o seguro-desemprego para bancar a desoneração da folha de pagamento no programa Verde Amarelo. Segundo o governo federal, serão contemplados apenas aqueles que receberão até 1,5 salário mínimo.

A SPE defende que, apesar de possibilitar a entrada de milhares de jovens no mercado de trabalho, o programa irá desenvolver uma substituição da classe trabalhadora que atrasará não só o desenvolvimento econômico, como o social do país. Segundo a pesquisa, trata-se de uma medida que beneficiará apenas o bolso do empresariado e acarretará em desfalques futuros nos cofres públicos.

Procurado pela SPE, o Ministério da Economia não se pronunciou sobre o assunto.

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Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.