Graças a alta do dólar nos últimos dias, o real vem se tornando a 4ª moeda mais desvalorizada do mundo. Os dados são baseados em um levantamento realizado pela Austing Rating. Segundo a pesquisa, até o início do mês, a moeda brasileira foi desvalorizada em 4,9%, perdendo apenas para a Venezuela em -25,2%, Zâmbia (-8,2%) e Chile (-6,8%).
O estudo analisou todas as 122 moedas do mundo a partir da cotação fornecida na base de dados do Banco Central. No que diz respeito a sua posição anual, o real vem ocupando o 15º lugar das moedas menos valorizadas, com uma perda de 7,9%.
Somente essa semana, após o posicionamento do ministro da Economia, Paulo Guedes, o mercado reagiu e o dólar foi até a R$$ 4,2771 atingindo um recorde mundial. Em sua fala, Guedes afirmou que o câmbio de equilíbrio “tende a ir para um lugar mais alto”.
Segundo os especialistas, seu pronunciamento deu a entender que o Brasil terá que lidar com os juros baixos e a moeda americana elevada por um bom tempo.
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Além das afirmações de Paulo Guedes, o dólar vem sofrendo elevações em seu valor graças a uma preocupação internacional relacionada a desaceleração da economia mundial. A instabilidade entre a China e os Estados Unidos é um dos principais motivos pelos quais há uma guerra comercial desde 2018.
Somente no mês de outubro, a queda nas transações correntes chegou a US$ 7,9 bilhões, valor maior do que os 5,8 bilhões projetados pelo Banco Central (BC). Já agora em novembro, no último dia 5 a moeda americana estava sendo vendida a R$ 3,99 na venda. Desde então, em menos de 20 dias, a cotação disparou mais de 5%, atingindo preços absurdos.
Economista da Austin Rating, Alex Agostini pontua que a instabilidade do cenário político e econômico brasileiro também influencia diretamente na elevação do dólar. Segundo ele, os desdobramentos do governo até 2022 seguirão interferindo na moeda.
“Em tempo, o cenário político e judiciário muito atabalhoado no Brasil também tem sua participação nessa instabilidade da moeda, pois transfere ao investidor um ambiente hostil aos negócios, seja por insegurança jurídica ou por fragilidade política que limita as perspectivas de médio prazo. Ou seja, dúvidas sobre eleições 2022”, explicou.