Apesar da liberação do 13º salário do Bolsa Família, os números do programa não estão contemplando tanto os brasileiros como parece. Segundo dados do governo, o mês de dezembro será registrado com o menor número de famílias beneficiadas desde agosto de 2017, quando Michel Temer (MDB) liderava a presidência.
Desde o início de sua gestão, Jair Bolsonaro (PSL) realizou cortes responsáveis por excluir 1,15 milhão de beneficiários do Bolsa Família nos últimos 6 meses. Dados do Ministério da Cidadania informam que, em novembro deste ano, o beneficio será ofertado para 13,2 milhões de famílias. A última queda, no governo Temer, registrou o pagamento para 12,7 milhões de brasileiros.
Criado em 2004, o Bolsa Família tem como objetivo ajudar a retirar famílias da situação de extrema pobreza. Ele tem como finalidade garantir o direito à saúde, moradia, educação e alimentação. Em seu primeiro ano, ajudou 3,6 milhões de famílias e desde então vem apresentando variações no que diz respeito a exclusão do benefício.
Leia também: Bolsa Família não tem recursos suficientes para pagar o 13° salário
Para reavaliar a situação daqueles já cadastrados, o governo vem realizando a intitulada “operação” pente-fino. Trata-se de uma análise no Cadastro Único (portal de dados sociais federais) onde se é fiscalizado questões de renda, documentação, situação de vulnerabilidade, participação nas escolas, registros médicos, etc.
Iniciada em janeiro, a operação vem cortando consideravelmente o número de beneficiários. Em contrapartida, também há dificuldade para a realização de um novo cadastro, retomando as filas de espera que não aconteciam desde 2008.
Ministério fala em “redirecionamento” do Bolsa Família
Ao ser questionado sobre os cortes, o Ministério da Cidadania informou que o programa vem passando por um redirecionamento associado as mudanças realizadas no cenário econômico.
“Seu principal objetivo [do Bolsa Família] —a complementação de renda— está desvirtuado. Por isso, técnicos do Ministério da Cidadania têm se debruçado em estudos para aperfeiçoar a gestão do programa e os processos de inclusão, exclusão e manutenção de famílias na folha de pagamento, com o objetivo de beneficiar os que realmente precisam”, diz a pasta.
Também se afirmou que “nos últimos meses, houve redução no número de inclusões de famílias, o que deve ser normalizado com a conclusão desses estudos e com a melhoria da situação econômica do país”.
Durante este mês de novembro, o valor liberado para o programa foi de R$ 2,5 bilhões, contabilizando uma média de R$ 191,08 por benefício.
Meses com maior número de famílias contempladas:
- Maio de 2019 – 14.339.058
- Novembro de 2018 – 14.227.451
- Março de 2018 – 14.165.038
- Abril de 2014 – 14.145.274
- Dezembro de 2018 – 14.142.764.