Bolsa Família será reajustado na Câmara dos Deputados, em contra partida ao governo federal

A fome e a desigualdade social viraram debate na Câmara dos Debutados. Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Tabata Amaral (PDT-SP) vêm desenvolvendo um projeto cujo objetivo é tentar amenizar os índices de pobreza no Brasil. Entre as medidas, a proposta sugere uma série de revisões e correções no Bolsa Família, de modo que possa aumentar o valor do auxílio e facilitar o cadastro dos beneficiários.

Bolsa Família é alvo de reajustes da Câmara dos Deputados, em contra partida ao governo federal
Bolsa Família é alvo de reajustes da Câmara dos Deputados, em contra partida ao governo federal

Segundo os deputados, a iniciativa tomou como ponto de partida análises feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), que comprovam a existência de mais de 13,5 milhões de pessoas em situação extrema de pobreza.

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Os dados afirmam que, nos últimos quatros anos, houve um aumento de 50% nessas taxas, mesmo sobre a liberação de recursos do Bolsa Família.

Em entrevista ao portal Exame, Tabata falou sobre a importância dos agentes públicos estarem atentos a esses números, reafirmando seu compromisso para com os brasileiros mais vulneráveis.  

“É importante para a Câmara do Deputados ter uma agenda positiva que se contraponha com as reformas econômicas que têm vindo do governo. Esse movimento não é só do Brasil, mas pode ser visto no mundo, que vem se mobilizando para conter o aumento da desigualdade. Aqui, a classe política não está conseguindo dar uma resposta”, afirmou.

Intitulado de pacote social, o projeto contará com uma agenda de debate sobre os índices de pobreza, discutindo questões que envolvem a garantia de renda dessas famílias, inclusão produtiva, proteção ao trabalhador, acesso à água e saneamento e incentivos de governança que reduza a pobreza com responsabilidade.

Suas propostas já foram apresentadas a diversos representantes parlamentares. Segundo Tabata, todos vêm se posicionando de forma positiva, garantindo apoio e demonstrando o interesse em reverter tais estatísticas.

Bolsa família

Quanto ao programa, o pacote pretende solucionar problemas no cadastro dos beneficiários, de modo que mais brasileiros possam receber o auxílio. Além disso, também prevê um aumento no valor de R$ 89 por pessoa em extrema pobreza, para R$ 100. No caso daqueles que estão na classe de pobreza, o reajuste será de R$ 150.

Outro ponto em debate é a criação de um novo benefício no valor de R$ 100 para famílias que tenham crianças de 0 a 6 anos, gestantes e lactantes. Por fim, deseja cancelar a limitação por quantidade de filhos, proibir o contingenciamento de gastos com o programa e propõe o desligamento para aqueles que deixarem de ser elegíveis a cada três anos.

Especialista em desigualdade, Marcelo Medeiros afirma que as sugestões poderão sim impactar positivamente na vida destes brasileiros. Segundo o professor, mesmo que não altere o índice de desigualdade, proporcionará uma melhor qualidade de vida para quem já está vivendo nessas condições.

Ele explica que o investimento de R$ 9,8 bilhões por ano, proposto pelo projeto condiz com a folha orçamentária do governo e pode ser perfeitamente concedido sem danos econômicos.

“A proposta do pacote social está correta, apesar de não mexer na desigualdade, mas sim nos índices de pobreza. Em um momento de crise econômica, o Estado precisa abrir a rede de proteção social ao máximo, para aumentar os beneficiários”, declarou.

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.